Atlas Escolar Histórico-Geográfico do Município de Mesquita: um modelo ajustado às demandas de conhecimento locais
Tudo tem história.
Ou seja, sempre tem um antes e um depois.
Saber mais sobre onde vivemos e de onde viemos, pode nos ajudar a traduzir melhor o mundo que fazemos parte. E esta identidade é muito importante para que de fato cuidemos deste lugar.
Mas antes de tudo, é preciso aprender a ler/ver o território. E, para isso, os mapas são fundamentais, pois junto com as imagens se constituem em importantes quadros geográficos. Um atlas, portanto, sendo um coletivo de mapas e imagens, é um instrumento fantástico para a construção destes saberes. Ele nos proporciona viagens em múltiplas escalas e temas, ajudando a visibilizar lugares, objetos e fenômenos que as vezes passam despercebidos. Também nos ajudam a compreender as relações de proximidades, dimensões e conectividades, traduzindo o território sob um ponto de vista privilegiado (o de cima!) em uma linguagem gráfica que mistura uma aquarela de cores, formas e imagens.
Mas quando este atlas também faz parte de um projeto coletivo, outros ganhos se fazem presentes. O Atlas Escolar do município de Mesquita é fruto de um projeto assim, colaborativo, que envolve a universidade, as coordenações dos cursos de História e Geografia, o Centro de Atividades Comunitárias de São João de Meriti e a Escola, não uma, mas toda a rede municipal. Nada melhor para a definição de um modelo ajustado às demandas de conhecimento locais. Isto é fácil de entender ao vermos que vários professores de História e de Geografia estiveram envolvidos em sua construção. Desta forma, mais do que leitores eles também são os protagonistas deste atlas, cuja função de mediação de conteúdos já nasce com enormes chances de sucesso.
Outra questão que merece destaque é o fato de termos em mãos um produto que traz uma leitura do território com detalhes espaciais e temporais ajustados a um município jovem e relativamente pequeno, e que por causa deste cuidado consegue apresentar para o leitor sua diversidade de paisagens e padrões de ocupação. Isto é raro. E por isso mesmo é importante ressaltar a significância de podermos trazer modelos representativos da realidade de cada lugar.
É um prazer poder estar aqui apresentando o fruto de um projeto de extensão que carrega em si muitos atores e que nasce em um mundo que urge por mais ações coletivas e representativas de tudo que nos cerca.
Parabéns, UERJ-FFP! Parabéns, Mesquita!
Rio de Janeiro, 5 de maio de 2022
Carla Bernadete Madureira Cruz
Engenheira Cartógrafa
Profa. Titular do Departamento de Geografia da UFRJ
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